Sou, por vezes, confrontado com a questão do sentido, ou da
falta dele, em produzir mais objectos. Coloco num prato da balança a descomunal
montanha gerada pelos processos industriais, e no outro prato, a miríade de
corajosos empreendedores da manufacturação. No meio, o fiel consumidor, a navegar
contra a maré enchente, ancorado pelas correntes do medo a um sistema
disfuncional profundamente enterrado numa inquestionável cultura financeira
global. Que monstros nos esperam para lá do horizonte dos mercados?
As mãos repousam sobre a mesa enquanto os pensamentos
correm. Acariciam levemente as nervuras da madeira encerada. Que posso fazer
senão aquilo que me é tão natural e necessário quanto respirar?
Tigelas modeladas sem torno, esculpidas na meia secagem, parcialmente cobertas com engobe e vidrado transparente.
Cozedura no forno a lenha a 1120ºC
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